HISTÓRIA

O apelido de família 'de Queirós' deriva do apelido asturiano 'de Quirós'. Esta linhagem é uma das mais antigas das Astúrias, e tal era o seu realçe, que usavam nas fachadas brazonadas dos seus solares asturianos a divisa "despues de Diós la Casa de Quirós".

Segundo os genealogistas, esta linhagem provém do Príncipe Constantino, filho dos Imperadores de Constantinopla e de D. Galinda Bernardo, filha de D. Bernardo del Cárpio e de sua mulher D. Gosinda, neta paterna do conde D. Sancho Dias de Saldanha e de sua mulher a Infanta D. Ximena, filha do Rei D. Fruela I.

A utilização dos apelidos 'Bernaldo' e 'de Quirós', visto que foram frequentemente usados, confirma a ligação familiar a D. Galinda Bernardo, filha de D. Bernardo del Cárpio (ou D. Bernaldo del Cárpio).

O Príncipe Constantino socorreu o Papa Estêvão III vencendo o Rei Desidério, rei dos longobardos. Como agradecimento pelos seus feitos teve por mercê do referido pontífice "a apresentação in solidum da igreja da Vitória e quarenta benefícios no bispado de Oviedo", regalia que se manteve aos seus descendentes. O referido príncipe ainda serviu os reis de Leão D. Ramiro I e seu sucessor D. Ordonho I.

Segundo os genealogistas espanhóis, os descendentes de D. Garcia González, senhor de Quirós, seguiram o apelido de família 'Cienfuegos'. A origem deste apelido deu-se com o facto de D. Garcia González ter levado de vencida, apenas com cem homens de armas munidos de archotes, um exército de cem mil mouros que se encontravam nas terras de Quirós, bispado de Oviedo. Os mouros, pensando que era a vanguarda de um exército leonês, retiraram apressadamente despenhando-se pelas montanhas íngremes. D. Garcia ficou por esse facto conhecido pelo "de los cien fuegos" e o local do feito, onde foi erigida uma ermida, por "Cienfuegos", razão pela qual os seus descendentes seguiram esta última forma como apelido.

Gonçalo Bernardo de Quirós, segundo os genealogistas quarto neto por varonia do Príncipe Constantino e de sua mulher D. Galinda Bernardo, «sexto senhor da casa de Quirós nas Astúrias e de seus grandes estados, cavaleiro da Ordem da Banda, Conde de Santo Antolim, embaixador de D. Henrique II às cortes de Inglaterra no ano de 1373, libertador da cidade de Oviedo, que se encontrava sob o jugo do Conde de Valença, pelo que ficou seu governador, e teve precedência de voto nas Juntas Gerais.» Gonçalo Bernardo de Quirós casou com D. Maria de Nava, filha dos condes de Nava.

Gonçalo Bernardo de Quirós e D. Maria de Nava foram pais de Guterre Gonçalves de Quirós, «sétimo senhor da Casa e Solar de Quirós nas Astúrias e dos seus estados, Conde de Santo Antolim, muito estimado do Rei D. Henrique e alferes-mor do Rei D. João I, o qual trazia a bandeira real na batalha de Aljubarrota, a quem nessa ocasião cortaram os braços, conservando-a nos dentes até morrer, pelo que o mencionado soberano concedeu a regalia de ele e seus descendentes serem enterrados na capela real de Toledo e fez mercê de poderem apresentar o arcediago de Gondim na Sé de Oviedo. Recebeu-se com D. Sancha Queixada, filha dos senhores de Vila Garcia, Condes de Pena Flor, de quem houve geração.»

Guterre Gonçalves de Quirós teve por irmão consanguíneo, segundo os linhagistas, Fernando Álvares de Queirós, «fidalgo asturiense que, reinando em Portugal D. Fernando I, passou a este Reino. O mesmo soberano lhe fez mercê de uns pisões e azenhas no termo de Alcácer do Sal a 20 de Novembro de 1378, em diplomas o trata por seu conselheiro, além de outras mercês que lhe concedeu. O rei D. João I lhe deu os senhorios da Guarda e de Valhelhas.»

Fernando Álvares de Queirós ( ou Fernão Álvares de Queirós) casou-se com D. Elvira de Castro, filha de D. Álvaro de Castro e de D. Maria Ponce de Leão. Do casamento nasceram «João de Queirós, de Almendra, que morreu sem geração; Leonor Álvares de Queirós, que por morte de seu irmão teve as vilas de Valhelas e de Barrelas e casou com Vasco Fernandes de Gouveia, alcaide-mor de Castelo-Branco, senhor dos seus direitos reais, e de Valhelas, Almendra, Castelo Bom, Loriga, Alvoco da Serra, Verdelhos e Gouveia, com geração, parte da qual seguiu o apelido de Queirós e outra tomou o de Gouveia; e, conforme alguns autores, Maria de Queirós, que teve de seu casamento geração que seguiu os apelidos de Queirós e de Ramalho.»

O apelido Quirós tem origem geográfica.


Ao bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, se devem os seguintes versos:

Descendem do famoso
Bernardo del Carpio
filho do conde D. Sancho
de Saldanha e de sua mulher
a Infanta D. Ximena
filha de el Rei D. Fruela.

Tem os deste apelido
seu solar em Astúrias
conhecida pelos muitos
cavaleiros que hão saido dela.

in pág. 457 do 'Armorial Lusitano, Genealogia e Heráldica', Lisboa 1961, de Representações Zairol, Lda.


Fontes
'Genea Portugal' em www.sapo.pt
'Heráldica de los Apelidos Asturianos', de Francisco Sarandeses, genealogista e heraldista espanhol
'Armorial Lusitano, Genealogia e Heráldica', Lisboa 1961, de Representações Zairol, Lda.
'Dicionário das Famílias Portuguesas', de D. Luiz de Lencastre e Távora, Marquês de Abrantes
'História de Portugal', Círculo de Leitores, I Volume, pág. 531 e 532, direcção de José Mattoso

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